quarta-feira, 25 de março de 2015

METHODS and Creators of methods - Monodelphis sorex a VALID species ?

Methodos are created, reformulated and they are used by those who have no ability to create them. I can do anything of these ! I'm above normal ! Respect me idiots ! I am a THINKER ! An idiot does not know what it is to be an exceptional being ! Capable of dealing with lots of ideas simultaneously ! Do not judge me by you cretin !


Mas vou aproveitar essa postagem para falar sobre Monodelphis sorex. Uma espécie de Monodelphis muito problemática. Foi confundida com outras espécies como Monodelphis brevicaudis ( = M. henseli) e com M. dimidiata ( eu a considerei como um sinônimo dessa espécie quando revisei o gênero). Um gênero que está custando para ser conhecido na integra. Monodelphis sorex uma espécie VÁLIDA ou DIMORFISMO SEXUAL?

Hermann von Ihering, naturalizado brasileiro em 1885, em 1892 mudou-se para São Paulo a fim de fundar o Museu Paulista, dedicado à história natural, do qual foi diretor por 25 anos. Praticamente tudo que Oldfield Thomas publicou sobre as catitas do Rio Grande do Sul, foi material enviado por Ihering. Proveniente de Taquara e de São Lourenço do Sul.
Em 1824 iniciava-se a colonização alemã, a partir do núcleo de São Leopoldo, fundado na região onde terminava a floresta do Caminho do Sul. Acima uma visão da Lagoa dos Patos no Rio Grande do Sul.


Esses exemplares são crânios de animais muito velhos, particularmente os crânios de M. dimidiata e M. sorex. Depois da identificação de 3 tipos de pelos diferentes, no norte e nordeste do Rio Grande do Sul, essa hipótese clareou minha mente. Monodelphis sorex é válida. O crânio MZUSP 1435, de M. dimidiata é de um macho e o MN 1312, de M. sorex  é duvidoso, pois eu anotei como macho, mas aparece como fêmea num trabalho de 2010. Sendo assim pode ser simplesmente dimorfismo, apesar das diferenças significativas na curvatura do crânio.

Com base nas frequências por área, Monodelphis 2 está mais ao sul, seria M. dimidiata, Monodelphis 1
 está no centro e leste, seria M. sorex e Monodelphis 3 predomina no norte, seria M. brevicaudis.
A descrição de Monodelphis sorex envolveu uma comparação de 3 diferentes espécies. Provavelmente relacionadas a essas 3 espécies detectadas pelos estudos realizados na microestrutura de pelos de Monodelphis. Na mesma região onde foram realizados esses estudos, foi também coletado o material da descrição original de M. sorexA primeira expedição de importância maior, no estado do Rio Grande do Sul, foi a de Reinhold Friedrich  Hensel, que permaneceu no Brasil entre 1863 e 1865. Ele visitou as colonias alemãs do Rio Grande do Sul, principalmente nos municípios de Taquara e São Leopoldo, adjacente ao Rio dos Sinos e seu afluente o Rio Santa Maria, atualmente rio Paranhana (Em 1867, Hensel descreveu essas colônias em detalhe)Hermann von Ihering morou no Rio Grande entre 1864-1865 e em São Lourenço do Sul em 1865. Nesse processo 3 grandes naturalistas estavam envolvidos Hermann von Ihering, Reinhold  Friedrich  Hensel e Olfield Thomas, isso merece respeito. A existência desses dois crânios pertencentes a animais velhos e semelhantes na forma, mas  diferentes no tamanho, concorda com as observações de Reinhold Hensel, e contam com o aval de Hermann von Ihering e Oldfield Thomas.

Vale a pena reproduzir uma tradução da descrição original de Reinhold Friedrich Hensel. Abaixo com meus comentários:

"Beiträge zur kenntniss der säugethiere Süd-Brasiliens, von Reinhold Hensel".


87) Microdelphys brachyura Schreb. (o exemplar de Hensel é Monodelphis dimidiata)


O sub-gênero Microdelphys (=Monodelphis) de Burmeister inclui espécies, que não podem ser melhor caracterizadas do que pelos colonos alemães da selva (Hensel passou algum tempo no Rio Grande do Sul, entre 1863 e 1865, coletando informações com os colonos), que eles descrevem como "musaranhos". Eles são, de fato, pelo focinho pontudo, orelhas curtas, cauda curta tão semelhante aos musaranhos, que superficialmente, é difíicil diferenciá-los dos Soricíneos. Não são raros, mas devido à sua pequenez e vida oculta, assim como todas as suas adaptações, só raramente eles são capturados. Gostam de viver perto dos córregos, onde o solo é ligeiramente úmido, e especialmente onde crescem bananas.
A cabeça e tronco de um macho velho em álcool mede 147 mm de comp e a cauda 63 milímetros, o maior crânio (um macho) tem um comprimento basal de 33,6 milímetros. O canino (medido no centro do lado externo) se projeta para fora da mandíbula 5,00 milímetros. Um segundo crânio tem 31,3 mm de comprimento basal. A largura do arco zigomático 19,0 milímetros, e a orelha 2,05 mm. 
Em todos os crânios do sub-gênero Microdelphys (= Monodelphis) estão ausentes os furos redondos traseiros do palato, que são unicamente os ossos palatinos e ocorrem de outra forma em Didelphys.
Num esqueleto menor, que evidentemente pertence a uma fêmea desta espécie,  possui crânio com  fortes dentes mastigadores. Um comprimento basal de 25,3 mm. Este não tem a crista sagital  do crânio do macho, mas concorda quase totalmente com ele. No esqueleto, que pertence ao maior crânio masculino, existem 13 pares de costelas, 6 costelas soltas lombares, 2 vértebras sacrais. As vértebras l6° e l7° são dos músculos diafragmáticos.


88) Microdelphys sorex n. sp.    [Monodelphis sorex]


Na cor e forma muito semelhante a M. brachyura (= dimidiata). A superfície superior é marrom-escuro ou marrom-avermelhado, diminui em seu avermelhado na parte de cima, especialmente a garganta ligeiramente mais marrom canela. Este tipo é muito menor do que o anterior, apenas metade do tamanho. Um macho e uma fêmea em álcool, que já mudaram os dentes, podendo ser provavelmente, considerados como totalmente crescidos, têm a cabeça e o tronco 72 e 73 mm., a cauda 46 e 41 milímetros de comp.

As contribuições para o conhecimento dos mamíferos do Sul do Brasil            123                                   
                    

Três crânio isolados de sexo desconhecido são coincidentemente cada um com 20,6 milímetros de comp. Dois deles são adultos, embora um deles já tenha perdido o d1, o p1 vem em primeiro lugar com a ponta para fora do alvéolo. O canino já desenvolvido se projeta 1,45 milímetros a partir da mandíbula superior. O aspecto é tão completo de um Musaranho, de tal forma que ilustra a maneira, também em termos de cor, como nas imagens de Jacques Pucheranque poderiam ter sido de Sorex occidentalis e aequatorialisAlém disso, o comportamento, a maneira de correr e mordida lembra muito Sorex. Marcas pretas, como em M. tristriata, nada a assinalar.

Adicionalmente aos exemplares grandes de Microdelphys (= Monodelphis), que eu consultei de M. brachyura (= dimidiata), e os pequenos sobre os quais eu vou criar a nova espécie, eu coletei também, aqueles que no tamanho, estão entre as duas outras espécies, no meio, mas que não diferem dos outros dois, por caracteres externos ( uma referência ao material que Thomas usou para descrever M. henseli, homenageando Hensel ), Existem 2 machos e 2 fêmeas em álcool. Todos estão totalmente crescidos ou pelo menos, tem os dentes substituídos. Então não podemos pensar em espécimes jovens de M. brachyura (= dimidiata). Em 2 indivíduos, um macho e uma fêmea, medem a cabeça e o corpo 108 milímetros  e a cauda é de 55 mm. Um macho, apanhado no meio de outubro, mostrou a seguinte coloração: O topo da cabeça e a parte de trás até a zona do sacro, são cinzento-amarelados, isto é, a lanugem é cinzenta na base, amarelada na parte superior, entremeados por curtas aristas negras, que pouco ou nada se estendem além da pelagem. Após o término da parte de trás, a lanugem da base é mais castanho avermelhado. As mandíbulas e área em torno das orelhas, que não se projetam para além da pele, e atrás delas são marrom canela. A garganta, entre as pernas dianteiras, mais brilhante, a barriga propriamente é mais cinza, com uma coloração amarelada muito fraca. A área entre as pernas traseiras, a bolsa escrotal e o ânus, é tão brilhante como a garganta, marrom canela, o pequeno escroto peludo é enegrecido. A cauda é coberta com pelos finos, que parece quase nua, apenas cerca de 4 a 5 mm. a base é mais peluda. Assim como M. brachyura (= dimidiata), na coloração  M. sorex é bastante cinza, mas não parece haver nesses exemplares médios mais conformidade com o tipo. Só uma continuação das pesquisas poderá oferecer informações, por isso me abstenho de qualquer julgamento sobre a independência de uma nova espécie. (Esses exemplares são referentes a M. henseli de Thomas, veja a descrição abaixo, ou mais propriamente "a nomeação").



Monodelphis brevicaudis (=henseli) e M. iheringi


Mais tarde (no Catalogue, 1888) Thomas publicou uma figura de Monodelphis henseli (= M. brevicaudis Olfers, 1818), ao lado uma foto de um jovem, compatível  com a descrição original.

Thomas redescreveu  M. henseli no "Catalogue of the Marsupialia and Monotremata  in the collection of the British Museum (Natural History)", London, 1888. Vejam a descrição com meus comentários. Diagnosis: "...flanks, hips, and base of tail bright rufus".


Thomas redescreveu  M. sorex de Hensel, no "Catalogue of the Marsupialia and Monotremata in the collection of the British Museum (Natural History)", London, 1888. Vejam a descrição com meus comentários. Diagnosis: "...flanks and outersides of hips, pale rufus".

Monodelphis dimidiata from Pine et al.,1985

Se esse crânio  menor  (MN 1312) for de uma fêmea, se realmente eu anotei errado o sexo do exemplar, não se justificaria o reconhecimento de M. sorex como espécie válida, então o nome M. sorex poderia estar simplesmente ligado ao dimorfismo que existe em M. dimidiata, ou seja um sinônimo deste, como considerei em 1991. Mas não seria sinônimo M. henseli de Thomas ou M. brevicaudis de Olfers do qual M. henseli é um sinônimo junior. De qualquer maneira os 3 tipos de pelos identificados ainda devem ser explicados. Aparentemente não foi designado um tipo para M. sorex, Hensel cita um macho e uma fêmea, mais 3 crânios sem sexo determinado, mas não podem ser considerados como animais velhos, a ideia de que existem animais de dois tamanhos ficaria englobada em dimorfismo sexual. Os machos de M. dimidiata possuem grandes caninos, como em nenhuma outra espécie de Monodelphis. Esse assunto não está resolvido !



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